Sempre é uma boa ideia levar pra sua casa um desconhecido que foi encontrado roubando e foi espancado por sua culpa, faço sempre.

As cenas iniciais onde o estuprador observa a menina indo para a escola dá um nó no estômago, um nojo que não sei nem explicar.

Quem que faz uma coisa dessas, Débora? E outra, ela já foi estuprada, leva o desconhecido pra dentro da casa e dorme de porta aberta? Que sem sentido.

Débora: Eu queria tanto que você entendesse, mas não consigo explicar. Por que a ordem natural é esta: “Deixa pra lá”, “Esquece”, “Não fala desse assunto” mas não dá pra esquecer eu lembro de cada detalhe, de tudo. A blusa verde dele, a bermuda jeans, tinha uma poça de água assim do meu lado, o teto descascado. Eu desmaiei no primeiro soco e quando eu acordei ele já tinha tirado a minha calcinha. Ele me batia na cara e pedia pra eu fingir que estava gostando. Tudo que eu queria era esquecer, mudar de cidade, mudar de estado, morrer.

ter que explicar porque o desejo de justiça depois de sofrer um estupro


cancela o mundo